domingo, 2 de maio de 2010

Existem ou não?

A primeira primeira referência ao mito das sereias na literatura remonta a "A Odisséia" de Homero (primeiro grande poeta grego cuja obra chegou até nós, que viveu no século VIII a.C.). De acordo com a Mitologia Grega, as sereias foram mulheres que por terem ofendido a deusa Afrodite, como punição tiveram a metade inferior dos seus corpos transformadas em peixes, tendo sido exiladas numa ilha do Mediterrâneo. (Há inclusive uma certa confusão entre o mito das sereias e o das harpias, misto de mulheres e pássaros). Seu canto seria tão belo que os marinheiros ao escutá-lo, não podiam resistir-lhe e acabavam jogando seus barcos contra os recifes. Por causa delas Odisseu, personagem da Odisséia, quase não chega ao seu destino, conseguindo salvar-se apenas porque colocou cera nos ouvidos dos seus marinheiros e se amarrou ao mastro de seu navio, para poder ouvi-las e resistir sem se aproximar. As sereias representam na cultura contemporânea o sexo e a sensualidade. Na Grécia Antiga, porém, eram seres que levavam os navegantes à desgraça.N'Os Lusíadas, de Luís de Camões há várias vezes menções à presença de sereias na rota dos navegadores lusitanos sempre com o propósito de provocar naufrágios. Eram sempre descritas com a forma de uma bela e sedutora mulher com cabelos longos, voz maviosa e cauda de peixe. Mas há controvérsias ainda no séc. XV. Quando da sua primeira viagem ao Novo Mundo Cristóvão Colombo alegou ter visto três sereias. Relato do dia 9 de janeiro de 1493, quarta-feira:" ...O almirante disse que na véspera, quando ia ao rio do Ouro, viu três sereias que saltaram alto, fora do mar. Mas não eram tão belas como se descrevem, e de modo algum tinham forma humana de rosto. Acrescentou que outras vezes já vira algumas na Guiné, na costa de Manegueta...". (Colombo, Cristóvão. A descoberta da América. Diário de bordo da 1ª viagem. 1492 - 1493). O mito da sereia foi se alterando com o correr do tempo. No Brasil chegou com o colonizador europeu. O sincretismo operou-se facilmente dando origem à Mãe d'Agua ou Iara (sereia dos rios, lagoas, igarapés) como uma das muitas mães da concepção indígena, espalhando-se por todo o país. Luís da Câmara Cascudo formula a hipótese da identificação dos mitos: "Chegando ao Brasil, o europeu encontrou uma história vaga em que se falava de um fantasma marinho, afogador de índio, espantando curumim. Imediatamente o português diagnosticou: "É uma Sereia!"
Fonte(s):
http://www.imagick.org.br/zbolemail/Bol05x09/BE09x9.html

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